Eu sou Vanda Maria
Jacinto, natural do interior do estado de São Paulo, na cidade de Auriflama.
Sou filha de Antonio Anaya Rodrigues e Jandira Marques Rodrigues (falecidos), e
a segunda filha de uma prole de dez. Ainda pequena, meus pais resolveram tentar
a sorte na capital e, assim, de mala e cuia, chegamos na cidade grande. Sem
profissão, meu pai atuou como servente de pedreiro por um longo tempo. E minha
mãe como costureira de oficinas de confecções.
Como filha mais
velha, ajudava a minha mãe nos serviços domésticos e nos arremates das costuras,
além de frequentar o Grupo Escolar no turno intermediário, com intuito de estar
livre, nos horários cruciais de uma casa, ou seja, manhãs e fins de tardes.
Sem condições de
possuir uma casa própria, meus pais viviam se mudando de casa, de bairro e, às
vezes, até de cidade, conforme o trabalho da empreitada. Motivo pelo qual, não
consigo me lembrar, com nitidez, dos amigos dessa época. Foram muitos!
Faltando apenas
três meses para a conclusão do 4º ano Primário – naquele tempo tínhamos
formatura, meus pais mudaram novamente de município e, para que não houvesse
interrupção nos meus estudos, fiquei na casa da minha madrinha de batismo. Não
foi um tempo bom para mim, pois ficar longe dos meus irmãos e pais, foi um
martírio! Mas, algo necessário.
Interrompi meus
estudos nessa época. Na minha nova cidade, não tinha o Ginásio – hoje ensino do
Primeiro Grau Maior. Assim, devido a pouca idade, fiquei impossibilitada de
continuar os estudos, pois dependia de transporte para o deslocamento para
outro bairro.
Quando nos mudamos,
finalmente, deste local, já havia completado os meus quatorze anos e decidi
trabalhar em detrimento dos estudos, já que os mimos da minha idade, não eram
supridos pelo meu pai – naquele tempo, assalariado. Mesmo enfrentando os nãos,
acabei convencendo-o.
Não tive grandes
problemas na adolescência, pois o meu tempo era tomado de obrigações, quando
não no trabalho, em casa. Sob uma educação rígida, não frequentei festas. Meu
tempo livre, na verdade, era ocupado com os livros.
No ano de 1974, aos
22 anos, casei-me com o mossoroense, João Jacinto Neto que, casualmente,
conheci-o dentro de um ônibus. Na época, ele morava por lá, pelas bandas de São
Paulo. Temos três filhos: Kleber Jacinto, Kempes Jacinto e Katya Anaya Jacinto.
No ano de 1977, vim conhecer a família dele, bem como, a famosa “cidade do sal”
– Mossoró.
Adorei tudo e
todos. A minha vontade já era de ficar para sempre, mas foi só em 1980, que
viemos de vez. Morei antes em Natal, durante três anos, onde nasceu a minha
filha caçula. Assim que cheguei em Natal, senti a necessidade de voltar aos
estudos. Com muita garra, estudei sozinha, o supletivo de 1 Grau. Minha
dificuldade se deu em História e Geografia do Estado. Não sabia nada a
respeito, mas me saí bem!
Logo após, meu
esposo veio transferido para Mossoró. Desta vez, não me afastei dos estudos, ao
contrário, cursei o Magistério na Escola Estadual Jerônimo Rosado e, próximo ao
seu término, em 1986, fiz um concurso público do Estado, passei em segundo
lugar, comecei logo a trabalhar. No ano seguinte, submeti-me ao Vestibular,
passei e cursei Pedagogia – Administração Escolar. Tempos depois, voltei aos
estudos e fiz uma Especialização na área da Educação.
Faço parte de
algumas Academias de Letras. Ocupo a cadeira 38, na ACJUS (Academia de Ciências
Jurídicas e Sociais de Mossoró); a cadeira 33, na AMOL (Academia Mossoroense de
Letras), a cadeira 01, na Academia Internacional da União Cultural/Mossoró,
Membro da ASCRIM (Academia dos Escritores Mossoroenses), Sócia Correspondente
da ALAM (Academia de Letras e Artes de Martins) e Membro do ICOP (Instituto
Cultural do Oeste Potiguar).
Sou dona de casa,
professora aposentada, escritora – rascunhadora do pensamento, poetiza e uma
eterna aprendiz da vida.
FONTE – OESTE EM PAUTA
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